Dilma suspende 'kit-gay' por pressão de bancada evangélica na Câmara

A presidente Dilma Rousseff pediu nesta quarta (25) a suspensão da produção do polêmico kit anti-homofobia que estava em fase de planejamento pelo Ministério da Educação. A presidente achou o material "inadequado", segundo porta-vozes, mas a decisão teria sido tomada por pressão da bancada evangélica da Câmara, formada por 74 deputados, que afirmam que a cartilha estimula o homossexualismo.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a bancada evangélica da Câmara se reuniu com o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) e ameaçou convocar assinaturas para abrir uma CPI para investigar a evolução patrimonial do ministro Antonio Palocci, da Casa Civil. Na terça (24), o deputado evangélico Anthony Garotinho (PR-RJ) chegou a delcarar que a bancada não votaria nada caso o kit fosse aprovado. 

No Twitter, a secretária da Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda, declarou que "Tempo das Trevas! Tempo estranho, obscuro, detraquê! Governo recua do kit anti-homofobia para poupar [Antonio] Palocci. Enquanto o patrimônio dele sobe, o do PT cai". Entidades da comunidade gay que militam a favor dos direitos dos homossexuais também se manifestaram contra a decisão de Dilma. 

Três vídeos que fazem parte da campanha do ministério, que teriam sido feitos por ONGs que prestam serviços ao Ministério da Educação vazaram na internet. O MEC nega consentimento na produção deste material.