Mais um dia no front radioativo

27-02-2011 02:11

A calamidade nuclear japonesa voltou a se intensificar nesta quarta-feira, dia 16. Ainda com as incertezas sobre o grau de contaminação liberada pela explosão de um reator e os danos provocados em outros dois no complexo nuclear I de Fukushima pairando no ar, o país assistiu ao quarto reator pegar fogo hoje.

Hordas de japoneses em desespero tentam fugir da região nordeste do país, onde os serviços de transporte sequer foram reestabelecidos após o maior tremor de terra da história do país e ondas gigantes trazerem o caos para uma das nações mais desenvolvidas nações do mundo.

Para os que não conseguiram sair da região, as medidas de precaução passam por fechar todas as janelas, evitar ligar ventiladores e lavar repetidamente as roupas, em uma tentativa de evitar o pior da contaminação. Hoje, moradores em um raio de 10km do complexo nuclear de Fukushima 2, que até o momento não sofreu danos, foram evacuados. A fumaça nuclear, por conta dos ventos, pode atingir Tóquio.

Segundo o jornal japonês Kyodo News, o plano de resfriar o reator 3 que sofre de superaquecimento e estaria liberando vapor atômico com o uso de um helicóptero carregado de água acaba de ser descartado, devido aos altos graus de radiação detectados no espaço aéreo das usinas.

A repercussão mundial do drama nuclear japonês, que já atinge grau 6 em uma escala de perigo que vai até 7 (grau máxio concedido ao caso de Chernobyl), por enquanto, tem sido de reavaliação do potencial destrutivo desta energia. Ângela Merkel, chanceler alemã, anunciou que 7 centrais nucleares serão fechadas.

No Brasil, apesar de expressar preocupação, Dilma Rousseff descartou mudanças na política energética do país. Odair Gonçalves, presidente da Comissão Nacional de Energia Atômica afirmou ontem à imprensa que se as usinas de Angra dos Reis (RJ), as duas que se encontram em funcionamento no país, fossem construídas hoje, não teriam a mesma localização. Mas, segundo ele, não por questões de segurança, mas por motivos econômicos.

FONTE:www.greenpeace.org/brasil/pt/Blog/